Prof. Rogério - 霍心武

Rogério Fernandes de Macedo, nasceu em São Paulo no dia 03 de julho de 1965. Desde pequeno foi fascinado por artes marciais, mas, o que mais o atraía, além das técnicas, eram os princípios filosóficos e éticos que os artistas marciais, como Bruce Lee, David Caradine nos seriados de “Kung Fu”, ou os de hoje em dia como Jet Li e Jackie Chan, por exemplo, demonstravam e demonstram possuir, o que o fez procurar ler sobre o assunto. Encontrou, na época, alguns livros de Kung Fu do Marcos Natali, do Dirceu Amaral, juntamente com, Aparecido de Souza Soares (Mestre Cido), Mestre Li e Rinaldo, além de outros livros de Judo, Jiujitsu, Karate e Capoeira. Lia tudo o que encontrava a respeito das artes marciais e passou a praticar sozinho os movimentos de Kung Fu. Com muita dedicação, em pouco tempo, treinando todos os dias, desenvolveu algumas habilidades, aprendeu um Taolu (Kati) do estilo tigre e alguns golpes, além de ter desenvolvido um bom alongamento e resistência. Algumas dúvidas ele tirava com o seu cunhado, que na época era professor de Hapkido.

Desde 1992, Rogério dava início aos estudos do idioma chinês (Mandarim) na Escola de Língua Chinesa e Missão Católica Chinesa, o qual passou a ensinar para seus alunos, já com a intenção de desenvolvê-lo tanto para o ensino como para o seu perfeito domínio. Sua associação permaneceu na região da Lapa até o ano de 1995, mudando depois para o Parque São Domingos, em Pirituba. Nessa mudança, muitos alunos não puderam acompanhar o então professor Rogério e a associação precisou ser fechada em 1997 por dificuldades financeiras, mas, mesmo com isso, ele conseguiu levar seus alunos a participar de dois grandes campeonatos em Osasco, obtendo importantes títulos. Além disso, o professor Rogério continuou ministrando aulas de Kung Fu (Wushu) particulares e em academias de ginástica, mantendo com isso muitos alunos antigos e dedicados.

Do ano de 1997 até 2007 o professor Rogério, passou a conhecer e treinar com o mestre Wei Chang Qing, com quem aprendeu o estilo Changquan de Wushu, passando a ensiná-lo para os seus antigos e para os novos alunos. Durante este período ele pode desenvolver o idioma chinês e já trabalhava como tradutor e intérprete do idioma, além de manter seu trabalho com aulas particulares. Trabalhou durante três anos no Colégio Luis Bimbatti, em Caieiras e participou da apresentação de abertura dos Jogos Regionais nesta mesma cidade, com a equipe do mestre Wei. Fez e concluiu o curso exigido pelo CREFSP (Conselho Regional de Educação Física de São Paulo) obtendo à credencial de professor de educação física na área de artes marciais. Em 2004, precisou passar por uma cirurgia, o que o afastou dos treinos intensos. Nos anos de 2006 e 2007 foi professor de Wushu/Taijiquan no Centro de Cultura Chinesa, escola fundada por mestre Wei..

Em 2008, passou a se dedicar à preparação para o vestibular, matriculando-se no Cursinho da Poli com o objetivo de entrar em uma universidade pública e cursar Letras, prestou para a USP (Universidade de São Paulo) e UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) e passou na segunda instituição. De 2009 até 2013, cursou e concluiu a Graduação em Letras. Suas pesquisas científicas tiveram mais ênfase na área dos Estudos da Linguagem, com a orientação da Profa. Dra. Fernanda Miranda da Cruz, fazendo-o se aprofundar em Linguística Histórica, produzindo seu primeiro artigo científico de título: A Origem do Alfabeto Fonético Chinês, publicado na Revista de Cultura, em Macau, China (2015). Criou a Oficina de Língua Mandarim, na Unifesp, atividade que durou cerca de quatro anos do seu curso, reunindo vários alunos interessados em conhecer um pouco do idioma chinês, com certificado da instituição. Outro trabalho produzido no período de graduação, mas só publicado mais tarde, foi o artigo A História do Ensino da Língua Chinesa no Brasil: uma questão de planejamento linguístico, pela Revista de Letra em Letra (2018). Foi ainda na Graduação que começou a traduzir e pesquisar o linguista chinês Wang Li (1900-1986), sendo um dos maiores estudiosos da China Contemporânea. Participou como aluno especial no curso de Pós-graduação em Linguística da USP (2014).  A partir da tradução da obra A História da Linguística Chinesa (1981), de Wang Li, o professor Rogério desenvolveu um projeto de pesquisa e participou da seleção na Pós-graduação em Ciências Sociais da Unicamp, em Doutorado Direto.

Em 2016, deu início ao curso de doutorado em Ciências Sociais (UNICAMP), na área de Estudo das Relações China/Brasil, sendo um período de muitos estudos e desenvolvimento da Tese. Durante o doutorado, conheceu muitos pesquisadores importantes de China. Seu orientador, Prof. Dr. Antonio Florentino Neto, foi fundamental para a adaptação em uma área muito distinta da Letras. A influência desse filósofo apontou novos horizontes nas pesquisas acadêmicas de Rogério, o que o levou a tratar do assunto sobre a Sinologia contida na obra de Wang Li. Foi então que desenvolveu a Tese com título inicial: Wang Li e a Construção da Sinologia Chinesa, rendendo participações em eventos acadêmicos na UNICAMP e USP. É importante destacar que, muito antes de entrar na graduação, o Prof. Rogério participou do 1º. Congresso Nacional de Docentes e Pesquisadores Chineses e Sinólogos do Brasil na USP, em 1995, como ouvinte. Naquele tempo Rogério já demonstrava grande interesse no assunto China e nem imaginava que se tornaria Doutor Acadêmico e Sinólogo.

Dando continuidade aos estudos, teve a oportunidade de ser selecionado para o curso de treinamento de ensino de Língua Chinesa, oferecido pelo Instituto Confúcio, em Santiago, Chile, recebendo certificado de professor de Chinês como língua estrangeira (2018). De 2018 à 2019, participou do intercâmbio pela UNICAMP, na Universidade Beijing Jiaotong, onde cursou Marxismo Chinês e Filosofia Chinesa a nível de doutorado, assuntos fundamentais para a conclusão de suas pesquisas sobre a sinologia moderna chinesa. No doutorado, produziu o artigo A Filosofia de Leibniz como Base da Sinologia, pela Revista Modernos & Contemporâneos (2020). Sua Tese de doutorado recebeu qualificação em 2018 e em 2021, finalmente, teve a sua defesa aprovada, sendo publicada pela Biblioteca da Unicamp com o título atual, Sinologia Comparada: as bases da sinologia ocidental e a construção da sinologia chinesa com Wang Li.